segunda-feira, maio 29, 2006

O silêncio tumular da múmia (revisitado)


Uma sondagem realizada pela Universidade Católica revela que o político mais popular em terras portuguesas é o Presidente Cavaco Silva. Como várias pessoas previram, o cargo de Presidente está a ser exercido sob o signo do silêncio e da omissão. Sampaio mostrou-nos que o primeiro magistrado da nação devia intervir activa e regularmente no sentido de chamar a atenção para os problemas da nação, sensibilizar os agentes económico e políticos para os casos de debilidade cívica e democrática do país, etc., etc.
Ora, de Cavaco nada se tem ouvido. Houve o discurso emplogado sobre desigualdades sociais no dia 25 de Abril (discurso vazio de propostas e de intenção). Houve, mais recentemente, a intervenção do Presidente para romper o monopólio da TV Sport na transmissão dos jogos do Mundial 2006. Notável! Verdadeiramente notável! De resto: silêncio! (Ah, e não acredito que alguém julgue que, na reunião das quintas-feiras, Cavaco influencie decisivamente Sócrates na governação do país.) E como respondem os portugueses ao silêncio do PR? Designando-o o mais popular político do país - consequentemente, o homem da res publica que melhor exerce o seu cargo. Será que os portugueses advogam que o melhor político é aquele que se demite das funções e que apenas faz intervenções pirotécnicas?
(Para os mais distraídos, a fotografia deste post não é de Cavaco Silva, mas de Boris Karloff no filme A Múmia.)

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

De facto, grande diferença para o Jorge Sampaio....Este último só berrou no dia em que viu o seu nome na lista de telefones do caso Casa Pia....Entre o Jorge Sampaio e o Pilatos não se conseguem descobrir diferenças.....Nada vou, e sobretudo nada fez em 10 anos de mandato semi-monárquico onde a pouca vergonha chegou ao nível de não falar português (pensava eu que a Língua Portuguesa era a nossa Pátria) em algumas visitas/discursos ao estrangeiro...Qto ao Cavaco...para já baralhou o jogo político ao aparecer com um discurso social..embora a sua equipa de conselheiros (sobretudo o Espada&Ca) pudessem estar tb a aconselhar o Salazar....ter uma euipa mais à direita era dificil...:(((((
Iceberg

5:31 da tarde  
Blogger Alexandre Dias Pinto said...

Caro Iceberg:

Discordo com a análise que faz ao Sampaio. No entanto, a minha reflexão aqui é sobre Cavaco. Só um néscio pensará que ele "baralhou o jogo político ao aparecer com um discurso social". Tratou-se de demagogia, meu caro, que qualquer um vê ao longe. Discurso vazio de intenções. O que ele fez é igual a vermos Hitler defendendo o Sionismo, mutatis mutandis, claro. Concordo com a sua ideia final: Espada e C.ª são a equipa mais reaccionária que ele podia escolher.
Venha sempre a este blogue discordar quando achar necessário. Debater é preciso.

9:03 da tarde  
Blogger Xor Z said...

Cavaco não é... (a afirmação é um pouco obscura mas espero que compreendas)mas acho que tu andas a exagerar e não largas o homem, esta oportunidade de "rapaz da cana verde" é a sua oportunidade dourada (com ou sem apito). Reflecte comigo, quanto mais tempo andar calado melhor para a imagem do país (embora deva ser difícil a imagem do nosso país ser pior).
Cumprimentos

PS E sempre pomos aquela frase no frontíspicio?

9:43 da tarde  
Blogger Xor Z said...

É pá, então, afinal, a fotografia não é do Cavaco?

9:47 da tarde  
Blogger Alexandre Dias Pinto said...

Caro Z: não percebi a pergunta da frase no frontispício. Deves estar a falar-me de alguma coisa que combinámos mas de que não me lembro.

12:00 da manhã  
Blogger Xor Z said...

Caro Alexandre
Está no post e, agora, uma coisa completamente diferente e é daquele profícuo escritor vernáculo.

1:01 da manhã  

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