terça-feira, junho 20, 2006

'A Letra L'


Vi ontem o primeiro episódio de A letra 'L' (The L word), a série do canal 2 sobre o quotidiano e os problemas de um grupo de amigas lésbicas. Quis ver o episódio não enquanto macho que se excita quando ouve falar em lésbicas, mas como estudioso das questões de cidadania e de identidade - esta desculpa serve-me sempre... até para ver pornografia. Desse ponto de vista (do ponto de vista dos problemas sociais dos homossexuais, não da pornografia), A Letra 'L' é, para mim, uma desilusão. (Também é verdade que o programa não tinha de ser feito para me agradar.)
É indiscutível que a série tem a sua piada. Fico contente sempre que vejo que as comédias americanas não cultivam todas um humor básico e mentecapto; aqui ele é subtil, espontâneo e, em certos casos, inteligente. Deixo, contudo, uma pergunta: não ficaram com a ideia de que a Letra 'L' repete a fórmula de O Sexo e a Cidade... mas com lésbicas? O tipo de humor, as situações (encontros de gajas em cafés, festas, sessões com o psicólogo), o tipo de problemas das personagens, a técnica narrativa das 'vidas paralelas' (etc.) cheiram a déjà vu.
Gostei do título do livro que uma das personagens está a escrever: Assim Falava Sarah Schusser (?). Quase nenhuma personagem percebe a alusão.

4 Comments:

Blogger M.M. said...

Concordo em absoluto, é a fórmula do Sexo e a Cidade para agradar ao público homossexual.
Os americanos vão a todas, exploram tudo e mais alguma coisa, acabando por conferir um a "plástico" a tudo aquilo em que tocam.

12:31 da tarde  
Blogger Xor Z said...

Caro Alexandre
Por acaso vi um bocado da série que também não me impressionou. É um bocado deslavada e explora o filão gay que tem os seus lobbies. Já agora, a prerrogativa sociológica e antropológica é a melhor para justificar o visionamento da pornografia, entre outras coisas.

9:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Honestamente,estou farto da conversa dos lobbies gay.Parem copm essas merdas,ouviram;NÂO HÁ LOBBY GAY! e MESMO QUE HOUVESSE ,NÃO HAVERIA MAL.AFINAL EXISTE TB O LOBY BRONCO PARA BRONCOS COMO TU,XOR Z.

1:02 da tarde  
Blogger Viajante do Mundo said...

Sabes por acaso qual era o "slogan" da série na primeira temporada? "Same Sex, Different City" com uma clara alusão ao Sexo e a Cidade.
Percebo a tua critica, mas se viste apenas um episódio, em 62 totais, é impossível teres uma ideia clara do que é de facto a "L Word". Ela é tão importante para as lésbicas nos EUA, porque foi a primeira e única série, até agora, que as representa directamente. Tem os seus defeitos, mas também é excelente em muitos pontos. Sendo o principal a escolha das actrizes, excelentes na minha opinião. Jennifer Beals, Mia Kirshner, Cybill Sheperd, Marlee Matlin, Kate Moennig, Holland Taylor, etc, etc.

Por isso é que é tão adorada lá fora, e infelizmente não lhe dão mais "tempo de antena" que bem merecia.

11:38 da tarde  

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