sexta-feira, junho 23, 2006

Índices de cidadania política em Timor



O Presidente Xanana tem a simpatia de um elevado número de timorenses (a avaliar pelas manifestações de apoio) e de todos os media portugueses - o que ainda parece ser mais importante (é que, no nosso neocolonialismo primário, julgamos que ainda temos uma palavra a dizer sobre o destino do "mais novo país do mundo"). Não me alongo em insinuações e ironias. Desafio apenas o leitor a uma reflexão. Será poliíticamente aceitável que uma carta importantíssima entre o Presidente e o Primeiro Ministro chegue no dia seguinte à comunicação social? O maquiavelismo mina a política de todas as nações.
(O conteúdo da carta está mais legível neste site.)
Uma farpa para finalizar: já notaram as deficiências estilísticas da escrita de Xanana? E o desajustamento entre o assunto e o objectivo da missiva? Cá me cheira que o rapaz tinha nota negativa a Português. Mas não será este problema linguístico uma consequência das dádivas neocoloniais? (Porque tem de ser o português a língua oficial de Timor?)

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O complexo de seres Português limita-te o raciocínio????? Ou cada Povo não pode escolher a língua oficial que acha mais adequada? De certeza que o Sr.Bush não se importaria que fosse o ingles...

11:04 da manhã  
Blogger Alexandre Dias Pinto said...

Não percebeste o meu argumento, avezinha. Eles não abraçaram o português por saudosismo colonial. A escolha foi estratégica e envolveu pressão do governo português. Na altura, os australianos queriam que a língua oficial fosse o inglês; aí também defendias a opção tomada? Ou será que não percebes que estas decisões resultam de interesses, pressões e conveniências e não de sentimentalismos comunitários?

5:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

caro amigo e adepto da inocência caridosa...
não estás por acaso a comparar o peso da pressão australiana com a do governo português, ou estás?..já comparaste um elefante com uma pulga? Ambos podem fazer pressão...e nem sempre ganha o que se espera..mas um tem (muito) mais força que outro,nao? Ja agora, que dirias se eles escolhessem a lingua do ocupante indonésio? ou a do ocupante japones da II Guerra? Era melhor para o seu processo de auto determinação??

3:15 da tarde  
Blogger Alexandre Dias Pinto said...

Xor anónimo:
Quem aqui é adepto da inocência caridosa é o cavalheiro (ou cavalheira). Irra, que o(a) tenrinho(a) não sabe ler. Nem sabe argumentar, porque, no caso a língua oficial, Portugal levou a sua avante e conseguiu. (A Austrália não!) Nas questões políticas, às vezes perde-se, outras ganha-se.
Mas o mais relevante do que disse o santinho(a) não percebeu. Não rejubilo por o português ter vingado oficialmente em Timor. (Como sou pela autodeterminação dos povos, gostava de ver a adopção das línguas locais como línguas oficiais.) O disparate é ficarmos orgulhososinhos por os timorenses terem optado pelo português como língua oficial: essa atitude é provinciana e colonialista. Acha que percebeu agora o que eu tinha dito?

5:23 da tarde  

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