sábado, novembro 18, 2006

Mário Sottomayor Cardia

Tenho, hoje, de dizer algumas palavras sobre Mário Sottomayor Cardia. Tendo passado os últimos anos como quase anónimo docente de Estudos Políticos na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa, iniciou a sua vida política, como a grande maioria das pessoas da sua geração, nas hostes comunistas. Durante essa época, foi com o progenitor, que segundo o que o descendente atestava tinha simpatias integralistas, a casa de Luís de Almeida Braga, um dos líderes históricos do Integralismo Lusitano, que lhe disse à puridade: “ó rapaz, tenho ouvido dizer que anda por maus caminhos”, ou qualquer coisa semelhante.
O que é um facto é que afastado da militância comunista foi um dos fundadores do Partido Socialista, partido do qual se desligou não sem antes ter sido deputado em várias legislaturas e ministro da educação. Aliás o seu afastamento e posterior reinscrição foram alvo de algumas peripécias que o próprio recordava com um sorriso, sinal de que essa ligação umbilical estava longe de estar ultrapassada. Tudo isto a despeito de confessar, em entrevista a periódico, que, nessa altura, se encontrava mais perto das posições do BE do que do PS (a verdade é que este Sócrates dizia-lhe infinitamente muito menos do que o outro).
A este homem deve-se um reconhecimento público e, no meu caso, um agradecimento pessoal, pela utilização da sua monumental biblioteca, que sempre, francamente, pôs à minha disposição e pelas informações que, amavelmente, me disponibilizava, das quais tenho que estar eternamente em dívida. Embora coevamente agradecidas, este escrito é, também, uma tentativa singela de amortização.
Não sabemos se chegou a concluir a obra, da qual tinha muitas páginas redigidas, que, ultimamente, o andava a ocupar, esta intitular-se-ia, salvo erro, teoria do estado, disciplina que, nos últimos tempos, leccionava na licenciatura de Estudos Políticos.

2 Comments:

Blogger Raimundo_Lulio said...

Até que enfim que encontrei um post sobre Cardia, ablogosfera anda muito distraída. Até os amigos socialistas se esqueceram dele.

4:49 da tarde  
Blogger Alexandre Dias Pinto said...

Que honra! Temos Ramón Llull, ele mesmo, a comentar o Tonel... Que honra!

8:28 da tarde  

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