A fábula da galinha preta - my version
Uma galinha preta achou alguns grãos de trigo e disse aos seus vizinhos: “Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém me quer ajudar a plantá-lo?”
O pato, o porco, o ganso e a vaca, depois da experiência que tinham tido com a galinha vermelha, decidiram ajudar a galinha preta na sua tarefa. Enquanto a galinácea se sentou à sombra a dar ordens sobre como se plantava o milho, os outros animais foram cumprindo as instruções, que já conheciam de sobremaneira.
Semanas depois, já as espigas de milho tinham crescido, a coquicha propôs que voltassem ao trabalho para as cortar. De novo se sentou à sombra e esperou que o pato, o porco, o ganso e a vaca acabassem a tarefa. Desta vez, como Morfeu decidiu colher a galhinha nos seus braços, esta nem se incomodou a dar instruções aos seus colaboradores. Nem a moléstia valia, pois estes bem sabiam o que havia que fazer.
No dia seguinte, a galinha preta voltou a convocar para a lida os seus colaboradores, que ela já via como empregados, e instruiu-os a moer o trigo, a amassá-lo e a cozer o pão. Em grande azáfama, os quatro lá levaram a cabo a sua missão enquanto a empresária se refastelava debaixo da frondosa copa de uma árvore. Ainda assim, a meio do trabalho, ordenou ao seu primo pato que lhe fosse preparar uma apetecível caipirinha, que o sol estava quente e havia que se refrescar e gerir o trabalho dos outros é extenuante. O pato aprontou-se a preparar a bebida sem o mínimo protesto.
Cozidos os cinco pãezinhos, a galinha preta tomou posse do espólio. Tinha sido ela a encontrar os grãos de milho e a ter a ideia de cozer o pão no forno, forno esse que tinha sido construído com um subsídio do Estado face à promessa de empregar os animais da quinta. O argumento do milho e o do forno foram derradeiros, e a bicharada nem voltou a questionar a legitimidade da galinha preta aos cinco pãezinhos. Mas a galinácea não praticava a injustiça, não senhor! – ou não queria que os seus colaboradores, digo, empregados, decidissem não voltar a “colaborar” com ela na árdua tarefa de fazer pão. Assim, deu um pão inteiro, inteirinho, ao ganso, ao pato, ao porco e à vaca, que tiveram de dividir entre si o magro alimento.
O trabalho, a gestão eficaz da produção e o pagamento repetiram-se mês após mês. Os quatro bichos iam emagrecendo, que o pãozito não enchia o bucho aos quatros. A galinha preta, essa, engordava. Vendia agora para fora o excedente da sua produção e com o lucro já comprara dois fornos novos. Pagar o empréstimo inicial ao Estado? Mas não se tratara de um subsídio a fundo perdido? Com mais campos de milho e mais dois fornos – e tendo em conta que os quatro “colaboradores” definhavam e andavam cansados, os calões! – a galinha decidiu empregar os filhos dos seus trabalhadores. Assim, ainda de cueiros, o patinho, o cochinito, o gansito e a vitelita lá se puseram sob as ordens da empresária e trabalharam, trabalharam, trabalharam, trabalharam.
Com o tempo, os quatro colaboradores iniciais puderam reformar-se e foram para um lar de idosos que a galinácea providenciara e que dava pelo nome de Matadouro. Os quatro infantes também não aguentaram o intenso trabalho e a magra paga. Acabaram por definhar e morrer.
E a galinha preta sempre se perguntava por que razão não encontrava mais ninguém para a “ajudar” a fazer pão...
O pato, o porco, o ganso e a vaca, depois da experiência que tinham tido com a galinha vermelha, decidiram ajudar a galinha preta na sua tarefa. Enquanto a galinácea se sentou à sombra a dar ordens sobre como se plantava o milho, os outros animais foram cumprindo as instruções, que já conheciam de sobremaneira.
Semanas depois, já as espigas de milho tinham crescido, a coquicha propôs que voltassem ao trabalho para as cortar. De novo se sentou à sombra e esperou que o pato, o porco, o ganso e a vaca acabassem a tarefa. Desta vez, como Morfeu decidiu colher a galhinha nos seus braços, esta nem se incomodou a dar instruções aos seus colaboradores. Nem a moléstia valia, pois estes bem sabiam o que havia que fazer.
No dia seguinte, a galinha preta voltou a convocar para a lida os seus colaboradores, que ela já via como empregados, e instruiu-os a moer o trigo, a amassá-lo e a cozer o pão. Em grande azáfama, os quatro lá levaram a cabo a sua missão enquanto a empresária se refastelava debaixo da frondosa copa de uma árvore. Ainda assim, a meio do trabalho, ordenou ao seu primo pato que lhe fosse preparar uma apetecível caipirinha, que o sol estava quente e havia que se refrescar e gerir o trabalho dos outros é extenuante. O pato aprontou-se a preparar a bebida sem o mínimo protesto.
Cozidos os cinco pãezinhos, a galinha preta tomou posse do espólio. Tinha sido ela a encontrar os grãos de milho e a ter a ideia de cozer o pão no forno, forno esse que tinha sido construído com um subsídio do Estado face à promessa de empregar os animais da quinta. O argumento do milho e o do forno foram derradeiros, e a bicharada nem voltou a questionar a legitimidade da galinha preta aos cinco pãezinhos. Mas a galinácea não praticava a injustiça, não senhor! – ou não queria que os seus colaboradores, digo, empregados, decidissem não voltar a “colaborar” com ela na árdua tarefa de fazer pão. Assim, deu um pão inteiro, inteirinho, ao ganso, ao pato, ao porco e à vaca, que tiveram de dividir entre si o magro alimento.
O trabalho, a gestão eficaz da produção e o pagamento repetiram-se mês após mês. Os quatro bichos iam emagrecendo, que o pãozito não enchia o bucho aos quatros. A galinha preta, essa, engordava. Vendia agora para fora o excedente da sua produção e com o lucro já comprara dois fornos novos. Pagar o empréstimo inicial ao Estado? Mas não se tratara de um subsídio a fundo perdido? Com mais campos de milho e mais dois fornos – e tendo em conta que os quatro “colaboradores” definhavam e andavam cansados, os calões! – a galinha decidiu empregar os filhos dos seus trabalhadores. Assim, ainda de cueiros, o patinho, o cochinito, o gansito e a vitelita lá se puseram sob as ordens da empresária e trabalharam, trabalharam, trabalharam, trabalharam.
Com o tempo, os quatro colaboradores iniciais puderam reformar-se e foram para um lar de idosos que a galinácea providenciara e que dava pelo nome de Matadouro. Os quatro infantes também não aguentaram o intenso trabalho e a magra paga. Acabaram por definhar e morrer.
E a galinha preta sempre se perguntava por que razão não encontrava mais ninguém para a “ajudar” a fazer pão...
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