domingo, abril 30, 2006

"Nuclear? Não, obrigado!" (Revisited)











Retomo a frase que se repetia nos anos setenta quando se protestava contra a construção de centrais nucleares. Mas o argumento hoje apresenta alguns cambiantes em relação aos usados há trinta anos atrás. Até porque a História nos fez compreender algumas coisas.
Andam para aí uns senhores empresários com vontade de construír centrais nucleares para "ganhar umas c'roas". (É para eles "ganharem umas c'roas", não para o país prosperar economicamente.) E até já compraram alguns Professores do Técnico para dizer que a solução nuclear representa risco zero e que faz bem ao ambiente. Ora, o encerramento da Central de Guadalajara, em Espanha, oferece-nos uma reflexão pertinente sobre o problema. Parar os reactores e "fechar" a central é um processo que demora nove anos e que traz custos na ordem das centenas de milhões de euros!!! Entre nós, não seria o empresário nuclear Patrick Monteiro de Barros, que se propõe construir uma central de energia atómica, a pagar essa conta quando ela tiver de ser paga.
A minha outra preocupação vai para a chamada "informalidade" portuguesa. Estou certo de que temos óptimos engenheiros para projectar uma central atómica. Mas não estou igualmente seguro de que a sua construção seria levada a cabo sem falhas nem de que a sua operacionalização fosse conduzida sem problemas. É que nós já conhecemos o espírito do "desenrascanso tuga". E a energia nuclear não perdoa as despreocupações, as informalidades e a falta de profissionalismo lusitanos.

2 Comments:

Blogger Xor Z said...

Caro Alexandre
Esta coisa da energia nuclear é um problema importante e que merecia uma discussão alargada. E se se investisse nas energias alternativas como aqueles moinhos (eu sei que são feios) que vão por aí pululando. Em relação à brincadeira a propósito do texto do Camilo ainda não disse nada, fico à espera. E sobre o artigo do sr. Pereira?
Um abraço.

11:36 da tarde  
Blogger Ricardo António Alves said...

Alexandre, você não está a ver bem a coisa. Quando o momento chegasse, abrir-se-ia mais um casino, para pagar o desmantelamento da central, assim como sucede com o de Lisboa, que se prepara para financiar a reabilitação do Parque Mayer, a contento de todos e com a abnegação, quasi filantrópica diria, do Comendador Ho!

4:30 da tarde  

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