A QUINTA-FEIRA DA CEIA DO SENHOR
Oh divino banquete, onde foi dada
Toda a glória do Céu por iguaria!
Nunca aparteis desta alma o santo dia
Da morte de meu Deus, por mim causada.
Pagando em cruz o amor sem dever nada,
Inda lhe pareceu que nos devia,
No tempo em que de nós se despedia,
Ir-se, e ficar numa hóstia consagrada.
Finos toques d’amor, raros extremos,
Se os Anjos vos não podem entender,
Os que somos humanos, que faremos?
Contento-me, Senhor, basta-me crer
Que nessa hóstia sagrada onde vos temos,
Mais, nem menos, no Céu não poderia ser.
Frei Agostinho da Cruz
Toda a glória do Céu por iguaria!
Nunca aparteis desta alma o santo dia
Da morte de meu Deus, por mim causada.
Pagando em cruz o amor sem dever nada,
Inda lhe pareceu que nos devia,
No tempo em que de nós se despedia,
Ir-se, e ficar numa hóstia consagrada.
Finos toques d’amor, raros extremos,
Se os Anjos vos não podem entender,
Os que somos humanos, que faremos?
Contento-me, Senhor, basta-me crer
Que nessa hóstia sagrada onde vos temos,
Mais, nem menos, no Céu não poderia ser.
Frei Agostinho da Cruz
[ Moço criado na casa de D. Duarte, neto del-rei D. Manuel I, e na dos duques de Aveiro, entrou aos vinte anos de idade no conventinho franciscano de Santa Cruz, da serra de Sintra. Mudou depois para o da Arrábida, da mesma Ordem. Com sessenta e cinco de idade, e quarenta e cinco anos de vida cenobítica, pediu e obteve licença para passar à vida eremítica, que viveu isolado na serra por mais catorze anos. Chegou ao cume e tocou o Céu aos 14 dias do mês de Março de 1619. ]
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