“Coimbra, 11 de Março de 1951”
« Resposta a um inquérito do Journal des Poètes:
(…) O que fez da Poesia um dos picos imaculados da cultura europeia, e ao mesmo tempo um factor decisivo da consciência universal, foi o seu heroísmo e a sua fidelidade a tudo o que é eterno. E para que continue entre os povos europeus essa missão purificadora e unificadora, é necessário que ela seja a expressão dos mais puros anseios de cada um e de todos. É preciso que abrace não apenas um indivíduo ou uma classe, mas o Homem. O Homem que as religiões salvaram para o céu nas catacumbas e no martírio, e que a Poesia deve salvar para a terra, à clara e alegre luz da beleza. Porque só a beleza nos arranca à solidão e nos une na mesma comunhão fraternal. Sorriso do mundo, só ela é capaz de nos oferecer aqui um ideal isento de armadilhas e contradições. (…) Nem caridade, nem humanitarismo. Simplesmente a revelação gratuita e maravilhosa da face permanente do circunstancial, a esperança libertadora ansiosamente desejada por todos os mortais.»
Miguel Torga, Diário, vol. VI.
(…) O que fez da Poesia um dos picos imaculados da cultura europeia, e ao mesmo tempo um factor decisivo da consciência universal, foi o seu heroísmo e a sua fidelidade a tudo o que é eterno. E para que continue entre os povos europeus essa missão purificadora e unificadora, é necessário que ela seja a expressão dos mais puros anseios de cada um e de todos. É preciso que abrace não apenas um indivíduo ou uma classe, mas o Homem. O Homem que as religiões salvaram para o céu nas catacumbas e no martírio, e que a Poesia deve salvar para a terra, à clara e alegre luz da beleza. Porque só a beleza nos arranca à solidão e nos une na mesma comunhão fraternal. Sorriso do mundo, só ela é capaz de nos oferecer aqui um ideal isento de armadilhas e contradições. (…) Nem caridade, nem humanitarismo. Simplesmente a revelação gratuita e maravilhosa da face permanente do circunstancial, a esperança libertadora ansiosamente desejada por todos os mortais.»
Miguel Torga, Diário, vol. VI.
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