Estamos numa faculdade, minha senhora
O livro anteriormente citado, que convém esclarecer se trata duma tese de doutoramento, não pára de me surpreender. Neste caso a admiração provém do facto de, a propósito da figura de Antero de Quental, a autora citar um livro dirigido a alunos do décimo segundo ano (os mais atentos já terão adivinhado que sobre a obra do autor açoriano Tendências gerais da filosofia na segunda metade do século XIX).
É necessário tornar claro que nada me move contra os autores de manuais escolares de filosofia do secundário, como é óbvio, e não se trata de pôr em causa a validade científica desta obra ou de qualquer outra, é apenas uma questão de níveis de aprendizagem e a faculdade é o nível a seguir ao secundário, como este é o grau que se frequenta depois do básico.
É necessário tornar claro que nada me move contra os autores de manuais escolares de filosofia do secundário, como é óbvio, e não se trata de pôr em causa a validade científica desta obra ou de qualquer outra, é apenas uma questão de níveis de aprendizagem e a faculdade é o nível a seguir ao secundário, como este é o grau que se frequenta depois do básico.
10 Comments:
Isso parece-me, de facto, extraordinário! Mas deixe-me ver se eu percebi bem: a autora cita o texto das 'Tendências gerais da filosofia' a partir de uma edição destinada a alunos do secundário, como se essa fosse a edição mais fidedigna? É isso? Já agora, peço-lhe que nos apresente a indicação bibliográfica da edição em causa, com o nome dos editores.
Se a coisa é como estou a imaginar, qualquer dia cita-se numa tese de doutoramento o Marcelo a reproduzir oralmente Platão no seu programa televisivo semanal. Já faltou mais.
É a reprodução do texto citado do Antero com análise e introdução de Marcelo Fernandes e Nazaré Barros, Lisboa, Lisboa Editora, 1997.
Realmente, extraordinário.
Estou tão enervada com este assunto que nem vou conseguir dormir esta noite.
Não se enerve "Flor dos Alpes", afinal uma flor enervada perde a "graça". E já agora durma, durma.
Eis um ditado russo que há dias ouvi e não mais esquecerei:
"Quanto menos soubermos, melhor dormimos".
Aplica-se-lhe?
Não creio que prefira a ignorância.
Meu caro Xor Z, obrigado por nos dar a conhecer o nível a que as coisas andam. Estamos no bom caminho, vivam os Doutoramentos Ibéricos - É como o presunto Ibérico, tem muito de bom, mas também tem muita gordura que rança com facilidade. Esta tese já rançou. Pronto, viva "el rançon"!
O que não presta não se come. Siga o meu conselho, não leia mais desse ranço ou então estará a colocar o seu colesterol em maus lençóis.
Quanto ao citar Marcel(l)o eis uma coisa que me não tinha ainda passado pela cabeça, mas é uma boa deixa, obrigado!!!!
O Marcelo fica para breve, parece que o vamos ver num desses programas de telelixo a cantar, esperemos, estejamos atentos. Se isto acontecer nunca mais quero ouvir falar mal do pobre do Santana.
TR
Sr TR, compreendo que o assunto até possa ser considerado grave, mas continuo a não conseguir indignar-me. Começando no título do post, passando pelos comentários e acabando na sua lição de moral, só tenho duas hipóteses: ou acho cómico ou acho que são todos uns petulantezitos, pretenciosos e presumidos. Para já, vou simplesmente achar divertido.
Caro Z, caro TR:
Então, então! Isso lá é cortesia para se ter com uma assídua e inteligente comentadora do nosso blogue? A Senhora Flor dos Alpes tem direito a indignar-se e a criticar-nos, pois então! Nem parece que tal atitude de descortesia venha de dois cavalheiros (cavalheirismo, esse conceito burguês) como vós.
Pela minha parte, cara Flor dos Alpes, reconheço-lhe o direito à indignação e ao contraditório. Continue a indignar-se e a contradizer-nos que a malta gosta de ler os seus comentários.
Cara flor dos alpes
Confesso-lhe que na verdade somos todos uns petulantezitos de merda, embora não o quisesse admitir publicamente. Quanto à presunção e água benta cada um toma a que quer.
Xor Z, o senhor agora teve graça! Bem me parecia que a opção achar divertido era a correcta. Nunca esteve em causa eu não entender ou não concordar com a sua "denúncia", apenas achei piada à vossa indignação, que me pareceu um pouco exagerada, certamente devido ao facto de eu não pertencer ao mundo dos doutoramentos e por isso ser menos sensível a essas questões.
Alexandre, obrigada por sempre conseguires ler o meu pensamento e o entenderes ( excepto aquela vez em que não adivinhaste o caminho que eu ia fazer, claro ;) ).
Isto é tudo jogo caseiro.
Sem querer ofender "no body" não entendo tamanhos "salamaleques".
Dona ou Dom Flor dos Alpes, longe de meus intentos querer ofender alguém ou dar aula de moral, apenas quis dar coro, não a uma indignação, pois não é caso para tanto, mas a uma denuncia. A mediocridade deve ser denunciada quando é pretenciosa, por mais que não fosse. Contudo, caríssima ou caríssimo, toda a obra publicada é, e obrigatóriamente deveria ser, submetida à crítica, pois não há ainda, sobre assunto algum, "A OBRA".
Felizmente que existem os blogs para a crítica, e este como tem vindo a perceber não foge à regra académica: O que se não critica, não existe.
Por isso está a dar existência a uma obra publicada. Está a dar oportunidade à sua autora e aos seus leitores que corroboram as mesmas ideias para se defenderem das críticas. É assim a vida em democracia e na "àgora".
Aqui, não se nega o direito de defesa a ninguém, muito menos aos que damos existência pela crítica.
Eu entendo que toda a crítica é positiva quando é racional. Tudo o resto é maledicência.
Ao dispor,
TR
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