quinta-feira, agosto 10, 2006

Todas as situações são iguais, mas umas são mais iguais que outras

Devo confessar que não nutro qualquer simpatia pelo preclaro Santana Lopes e que se fosse do meu alvitre nunca tinha posto os butes na cadeira do poder. Devo confessar que os políticos me irritam, em geral, e SL, em particular. Tenho a certeza que se o seu valor como homem público passasse na alfândega nada teria a declarar.

Tenho a convicção que SL pensaria o mesmo que dizem que cogitava Bernardino Machado que asseverava que queria ser presidente de qualquer coisa…nem que fosse duma junta de freguesia.

Este atestado que vai assinado e reconhecido pelo notário serve para relembrar aos mais esquecidos que foi na sequência dum conjunto de incêndios, semelhante aos que temos tido, que se lançou através dos tablóides (não digo jornais nem periódicos porque agora é fino dizer tablóides) uma campanha que levou à demissão do inefável – graças a Deus, exclamámos todos: crentes e agnósticos.

Já aí está tudo a exclamar que outros valores (leia-se barões, do partido dele e dos outros) se conglomeraram e trouxeram à colação o tema. É um facto e cada um tire daqui as inferências que achar por bem.

2 Comments:

Blogger Alexandre Dias Pinto said...

Desculpe, Xor Z, mas desaprovo duplamente a sua posição sobre a questão tratada.

Em primeiro lugar, vejo como muito pouco elegante (adjectivo que o SL muito usava para comentar questões políticas, lembra-se?) falar mal dos mortos. E SL está como aquele menino da mamã, que "jaz morto e apodrece". É que a morte do Santaninha foi múltipla: morreu politicamente, partidariamente (ele ainda quis tornar-se uma presença espectral quando disse, "eu vou andar por aí") e mediaticamente. Segundo me contou uma ex-santanete, até o seu marialvismo anda pelas ruas da amargura. Por isso, deixe lá o homem jazer em paz no seu caixão! (A propósito, sabe o que ele faz agora? Eu não. Será que ele tem um naco de pão e um prato de sopa para lhe matar a fome todas as noites? Temos que lhe dar a morada da sopa do Sidónio.)

Em segundo lugar, vou ter de lhe confessar uma coisa; mas não conte a ninguém o que lhe vou dizer. Sabe, Z, cá me parece que a inépcia governativa do SL teria tido uma virtude: não teria feito tanto mal ao país como esta rosa com espinhos está a fazer. O homem era um nabo, não sabia o que estava a fazer, não tinha uma só ideia. Mas isso num político pode ser positivo - as ideias e a determinação é que podem ser perigosas, como se está a ver. "Está-se-me" quase a sair da garganta um "volta, Santana, que estás perdoado".

7:33 da manhã  
Blogger Xor Z said...

Não posso estar mais em desacordo consigo. Usando a sua própria terminologia, os bloganautas suicidam-se, os políticos hibernam (sabe quando o urso acorda da hibernação vem cheio de fome).
Em segundo lugar, usando a terminologia de Aristóteles (que você tanto adora)você comentou o acidental e deixou de lado o substancial. Este reside... (peço desculpa, mas já ia insultar a sua inteligência)

2:10 da tarde  

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