"Coimbra, 20 de Outubro de 1993"
[Comentando um livro do grande medievalista francês Jacques Le Goff ]
« Um pequeno livro sobre S. Francisco de Assis. Cem páginas ardentes, febris, dum imaginário de boas mãos e claro entendimento, que se apurou mais na verdade humana do retratado que no brilho do seu resplendor divino. Mas foi a feliz maneira de evidenciar aos olhos deslumbrados do leitor, dos meus, pelo menos, seu devoto de há muito, a realidade de um santo com santidade para todos os tempos, único homem da Criação que na terra se mediu naturalmente com a grandeza de Cristo. Um Cristo mais humilde, sem eloquência em nenhum templo, nem azorrague para expulsar dele nenhum vendilhão, próximo de nós, eternamente criança, Messias da universalidade do amor que gratifica a própria morte e sacraliza de igual maneira as mais significativas e insignificativas manifestações da vida; que teve e tem o seu reino aqui, neste nosso vale de lágrimas, onde reinou e reinará pelos séculos dos séculos, para todos os orgulhos baixo como a lama, e para todos os espantos alto como uma estrela. »
Miguel Torga, Diário, vol. XVI.
« Um pequeno livro sobre S. Francisco de Assis. Cem páginas ardentes, febris, dum imaginário de boas mãos e claro entendimento, que se apurou mais na verdade humana do retratado que no brilho do seu resplendor divino. Mas foi a feliz maneira de evidenciar aos olhos deslumbrados do leitor, dos meus, pelo menos, seu devoto de há muito, a realidade de um santo com santidade para todos os tempos, único homem da Criação que na terra se mediu naturalmente com a grandeza de Cristo. Um Cristo mais humilde, sem eloquência em nenhum templo, nem azorrague para expulsar dele nenhum vendilhão, próximo de nós, eternamente criança, Messias da universalidade do amor que gratifica a própria morte e sacraliza de igual maneira as mais significativas e insignificativas manifestações da vida; que teve e tem o seu reino aqui, neste nosso vale de lágrimas, onde reinou e reinará pelos séculos dos séculos, para todos os orgulhos baixo como a lama, e para todos os espantos alto como uma estrela. »
Miguel Torga, Diário, vol. XVI.
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