JACQUES BREL
«Coimbra, 9 de Outubro de 1978.
Morreu Jacques Brel. E estão de luto todos aqueles que sabiam que ele dizia mais aos homens com os seus versos truculentos e as suas canções dilaceradas do que muitos poetas laureados com os seus poemas herméticos. Trovador dos nossos dias, a ganir por não ter amado à altura a que pôs o amor, e a amar a Deus na pele do Diabo, foi uma das raras encarnações raivosas do artista empenhado em reflectir o mundo no espelho da sua própria aflição. E conseguiu-o. Não é apenas um tal, de fisionomia tal e vida tal, que ouvimos quando canta. É uma alma penada em carne viva a penar por todos nós. »
Miguel Torga, Diário, vol. XIII.
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