sexta-feira, abril 02, 2010

A IMOLAÇÃO DO SERVO: FERIA SEXTA IN PARASCEVE


Senhor, meu Deus e meu salvador,
eu clamo em tua presença dia e noite.
Chegue junto de ti a minha oração,
inclina o teu ouvido à minha súplica.

A minha alma está saturada de males
e a minha vida chegou às portas da morte;
estou no rol dos que descem à sepultura,
sou um homem já sem forças.
Estou abandonado entre os mortos,
como os defuntos que jazem no sepulcro,
de quem Tu já te não lembras,
uma vez sacudidos da tua mão.
Lançaste-me na cova mais profunda,
na escuridão do abismo.
Pesa sobre mim a tua indignação,
humilhas-me com tantas aflições.
Afastaste de mim os meus amigos,
tornaste-me insuportável para eles;
estou como um preso sem poder sair,
os meus olhos apagaram-se de tanto sofrer.
Todos os dias te invoco, Senhor,
estendo para ti as minhas mãos.
Acaso farás prodígios para os mortos,
irão os defuntos levantar-se para te louvar?
Poderá a tua bondade ser exaltada no sepulcro,
ou a tua fidelidade, na mansão dos mortos?
As tuas maravilhas serão conhecidas nas trevas
E a tua justiça, na terra do esquecimento?

Eu, porém, Senhor, clamo por ti;
de manhã, a ti apresento a minha oração.
Por que me rejeitas, Senhor,
e escondes de mim o teu rosto?
Infeliz de mim, que agonizo desde a juventude;
já não posso mais suportar os teus castigos.
Sobre mim passou a tua indignação
e os teus terrores aniquilaram-me.
Como vagas, rodeiam-me todo o dia,
e todos juntos caem sobre mim.
Afastaste de mim amigos e companheiros,
e a minha companhia são as trevas.

Salmo 88


Meu Deus, Meus Deus, porque me abandonaste,
rejeitando o meu lamento, o meu grito de socorro?
Meu Deus, clamo por ti durante o dia e não me respondes;
durante a noite, e não tenho sossego.

(...)

Eu, porém, sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
Todos os que me vêem escarnecem de mim;
estendem os lábios e abanam a cabeça:
“Confiou no Senhor, Ele que o livre;
Ele que o salve, já que é seu amigo”.


Salmo 22, 1-3 e 7-9


Eis o meu servo, que Eu amparo,
o meu eleito, que Eu preferi.
Fiz repousar sobre ele o meu espírito,
para que leve às nações a verdadeira justiça.


Isaías, 42, 1-4


O servo cresceu diante do senhor como um rebento,
como uma raiz em terra árida, sem figura nem beleza.
Vimo-lo sem aspecto atraente,
desprezado e abandonado pelos homens,
como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento,
diante do qual se tapa o rosto.
Nós o reputávamos como um leproso,
ferido por Deus e humilhado.
Mas foi ferido por causa dos nossos crimes,
esmagado por causa das nossas iniquidades.
O castigo que nos salva caiu sobre ele,
fomos curados pelas suas chagas.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas,
cada um seguindo seu caminho.
Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca,
como um cordeiro que é levado ao matadouro,
como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.
Sem defesa nem justiça, levaram-no à força.
Quem é que se preocupou com o seu destino?


Isaías, 53, 2-8


Quem dentre vós teme o Senhor
e escuta a voz do seu servo?
Mesmo que caminhe nas trevas,
privado de luz,
confie no nome do Senhor
e firme-se sobre o seu Deus.


Isaías, 50, 10


O meu Deus tornou-se a minha força.
Disse-me: “Não basta que sejas meu servo
só para restaurares as tribos de Israel.
Vou fazer de ti luz das nações,
para que a minha salvação
chegue aos confins da terra.


Isaías, 49,6


Ele, que é de condição divina,
não considerou como uma usurpação ser igual a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo.
tornando-se semelhante aos homens
e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem,
rebaixou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até à morte
e morte de cruz.


Paulo, Aos Filipenses, 2, 6-7



[ Versões da Nova Bíblia dos Capuchinhos. ]