O Líbano a ferro e fogo... ou, a história repete-se
Retomo a questão da guerra do Líbano com uma fotografia de uma colecção de imagens sugeridas pelo Miguel A e um poema de García Lorca sobre o sofrimento. A imagem reporta-se à Guerra de 1958. Neste site (Cedarland) encontram-se imagens das várias guerras que fustigaram o território libanês nos últimos cinquenta anos.
Casida del llanto
He cerrado mi balcón
por que no quiero oír el llanto
pero por detrás de los grises muros
no se oye otra cosa que el llanto.
Hay muy pocos ángeles que canten,
hay muy pocos perros que ladren,
mil violines caben en la palma de mi mano.
Pero el llanto es un perro inmenso,
el llanto es un ángel inmenso,
el llanto es un violín inmenso,
las lágrimas amordazan al viento,
no se oye otra cosa que el llanto.
García Lorca, El diván del Tamarit (1936)
7 Comments:
Tudo o que restou
dos sonhos dos guerreiros —
Capim de verão
Matsuo Bashô
[http://www.germinaliteratura.com.br/haicais_abrmb.htm]
Miguel A.
Mas todo o sofrimento é verdadeiro...
Miguel A.
É uma história que se repete... muda apenas os protagonistas e as armas que cada vez são mais poderosas e mortíferas... e que dão expressão aos ódios étnicos... muros!!!
H.
abraço
A complexidade do Ser.A teimosia a Ser por defeito. O defeito dos mais fortes a Ser rendido pelos frágeis questionáveis das ideias abstractas. Realidades concretas do Ser que existe, e se define através de um conjunto de qualidades questionáveis enquanto Ser de raciocínio lógico perante a inquestionável liberdade do pensamento.
As guerras são cada vez mais um tormento. Esta, bebida nas fontes "divinas" (?), está a ser cada vez mais "pecaminosa". Deus, Tu que estás atento, por que não intervéns? Será que entraste de férias?
Se sim, diz-me onde. Quero levar-te o meu Livro de Reclamações!
não é só no Líbano nem só desde o século passado...é uma guerra com séculos de história!...uma guerra sem fim ou uma paz podre.
Bom fim-de-semana,
Perdoem-me a ligeireza, mas a quem puder, como eu, aconselho a salutar revisão dum filmezito que ajuda algo a pôr estas coisas em perspectiva:
Trata-se do "Reino dos Céus" (Kingdom of Heaven), de Ridley Scott.
Historicamente, pode dizer-se que se trata dum infiel. Mas, NMMO (na minha modesta opinião), tem momentos muito fortes. Como um Saladino a ripostar de forma cortante e num esgar de repulsa a um Balian que lhe relembra que os cristãos massacraram todos os que encontraram, aquando da tomada de Jerusalém (sec. X?): "I am NOT those men!"
E o personagem, que acho muito simpático, dum cavaleiro duma ordem religiosa que não consigo identificar que, depois de se tornar numa espécie de mentor espiritual do Balian com uma doutrina muito pouco ortodoxa, acaba a marchar para uma morte certa em perfeita consciência.
Haveria muita crítica negativa justificada a fazer a este filme, mas decerto nunca a de que ele é maniqueista...
Miguel A.
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