Por um jornalismo das GRANDES causas
O The Independent continua a sua linha editorial de defesa das causas humanitárias. Não se trata, neste caso, de um jornalismo de esquerda (embora para os cínicos da Realpolitik e para os indiferentes defender a vida humana, o tratamento justo dos indivíduos ou o respeito pelos outros se enquadre na agenda da esquerda). Na verdade, o jornal promove as causas transversais a todo o espectro ideológico da sociedade (ainda que uns as encarem apenas do ponto de vista teórico ou utópico) - refiro-me àquelas questões que estão, no dizer the Anthony Giddens, Para além da esquerda e da direita (a defesa dos direitos humanos, da igualdade racial e de género, etc.). Trata-se de um jornalismo de intervenção que rompe com as linhas editoriais da indiferença, da promoção de clientelas ou dos interesses ideológicos do Estado.
Só não percebo, nesta primeira página, o anúncio a uma marca alemã de velas de motor de automóvel e de limpa pára-brisas... Piada aparte, agrada-me também a ideia de o jornal pretender aguçar o interesse dos seus leitores pelo saber e pela arte e distribuir reproduções de pinturas do património artístico da humanidade.
1 Comments:
Enquanto desiludido do métier, acho que o mal é já não haver jornalismo que nos valha, na barragem discursiva desta sociedade do espectáculo.
O Independent faz figura, satisfaz a nossa boa consciência, deixa-nos dormir descansados. Enquanto isso, nos três minutos que demorou a redação deste post, morreram milhares de crianças por causas perfeitamente evitáveis...
Para quem quer fazer realmente a diferença:
www.pobrezazero.org
www.makepovertyhistory.org
www.whiteband.org
Miguel A.
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