Aventuras de José Salazar no reino dos liliputianos, perdão, Sócrates e Portugal
Na edição de sábado do P alertava Vasco Pulido Valente, na sua crónica hebdomadária, para o perigo de o nosso engenheiro primeiro vir a coordenar em pessoa todas as polícias desta república de setenta léguas. Não se tratando só da GNR, PSP (para nos fiscalizar as multas de estacionamento?), PJ e SEF, esta medida vai mais longe e abrange ainda as polícias secretas: o SIRP que coordena o serviço de informações e segurança (SIS) e o serviço de informações estratégicas de defesa (SIED). Lembrava-nos ele que Salazar despachava todos os dias com o director da PIDE, Caetano não o fazia e foi um ar que lhe deu.
De facto, se existem alguns perigos reais que ameaçam as democracias ocidentais, não se percebe que um país como o nosso, que ainda não foi atentado pelo grande papão, tenha necessidade de uma coordenação das secretas. Os desígnios que movem a eminência parda da governação em Portugal ainda estão por esclarecer, se é que alguma vez vão ser esclarecidos. O que é fora de dúvida é que o clima bigbrotheriano nos vai apertando o cerco e, como dizia recentemente Raimundo Lúlio, o nosso Kim Il Sung vai, paulatinamente, preparando a sucessão no filho.
Depois da campanha ideológica do culto de imagem, segue-se a fichagem exaustiva de cada um de nós com relatório diário ao presidente do conselho. Desde aqui vos advirto: muito cuidadinho com as vossas opiniões, pois agora não são só os satélites americanos que nos vigiam.
De facto, se existem alguns perigos reais que ameaçam as democracias ocidentais, não se percebe que um país como o nosso, que ainda não foi atentado pelo grande papão, tenha necessidade de uma coordenação das secretas. Os desígnios que movem a eminência parda da governação em Portugal ainda estão por esclarecer, se é que alguma vez vão ser esclarecidos. O que é fora de dúvida é que o clima bigbrotheriano nos vai apertando o cerco e, como dizia recentemente Raimundo Lúlio, o nosso Kim Il Sung vai, paulatinamente, preparando a sucessão no filho.
Depois da campanha ideológica do culto de imagem, segue-se a fichagem exaustiva de cada um de nós com relatório diário ao presidente do conselho. Desde aqui vos advirto: muito cuidadinho com as vossas opiniões, pois agora não são só os satélites americanos que nos vigiam.
5 Comments:
Xor Z, se quer saber o que é viver vigiado, venha para a Suíça...
Cara Edelweiss.
O problema não está na vigilância.O estado tem por obrigação dar segurança aos indivíduos. Tal como diz Hobbes, quando o estado não oferece segurança deixa de existir qualquer contrato entre o indivíduo e o estado. O problema está nos mecanismos de controlo dessa vigilância. Ora, a concentração num só homem de todos esses mecanismos, na minha opinião, pode ser muito perigoso. Sobretudo, quandoo seu currículo nem sequer oferce garantias.
Raimundo, segurança sim, mas o que estes fazem aqui é uma verdadeira ficha policial de cada cidadão. E as denúncias dos vizinhos sobre ninharias são bem vistas e encorajadas.
Quanto ao homem coordenar tudo: mas ele não acaba por o fazer à mesma? Fazê-lo directa ou indirectamente é indiferente.
Caro Raimundo
Hobbes é o primeiro inventor desse tipo de estado supervigilante e totalitário: o estado absoluto. O leviathan, como sabe, é a imgem desse tipo de estado. A época leviatanica já é uma relaidade na Suiça. Tenho pena de si cara flor dos alpes, mas isto é como aquela história do vizinho ter sido levado pelas SS, ou KGB ou o que quiser, e depois outro e outro até chegar a nossa vez.
Caro Xor Z,
A propósito, julgo que se trata duma referência ao poema do Pastor Martin Niemöller, relativo à ascensão do regime nazi.
Veja-se "On why WE should protest..."
[http://aminimapalavra.blogspot.com/2006_08_01_aminimapalavra_archive.html]
Miguel A.
Enviar um comentário
<< Home