Sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez
Chegou a altura de, também neste blogue, se debater a questão que irá a votos no próximo referendo nacional. Até ao dia 11 de Fevereiro, contamos com posts dos colaboradores do Tonel bem como de colegas e amigos que mostraram a intenção de fazer desta página virtual o veículo das suas posições e dos seus argumentos. Queremos promover o debate e daremos voz a posições de ambos os lados da contenda. Não cerraremos, pois, fileiras em torno de uma das posições, embora, pelo que já percebi, todos (ou quase todos) os membros do Tonel venham a pronunciar-se pela mesma opção no referendo – pelo sim.
Como prova da nossa intenção de promover o debate, o primeiro texto a ser aqui publicado, que já está escrito, apresenta uma reflexão lúcida, bem sustentada e com argumentos honestos e válidos contra a despenalização da IVG. Será publicado ainda hoje.
Como prova da nossa intenção de promover o debate, o primeiro texto a ser aqui publicado, que já está escrito, apresenta uma reflexão lúcida, bem sustentada e com argumentos honestos e válidos contra a despenalização da IVG. Será publicado ainda hoje.
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(Fotografia de Barbara Kruger, Your body is a battleground, 1989.)
8 Comments:
Começo já com uma pequena provocação: os homens nem deveriam ter direito a discutir este assunto. Da teoria podem perceber muito, mas nunca saberão o que é ter um bébé dentro do corpo durante 9 meses, pari-lo, amamentá-lo, sentir o peso da responsabilidade pela vida dele. Podem falar muito, mas nunca poderão entender totalmente o esforço físico e psicológico que é necessário para o fazer, mesmo quando é desejado, quanto mais quando é fruto do acaso ou de uma parvoíce. Votam não e depois vêm lamentar as criancinhas maltratadas e abandonadas deste país. Cínicos.
Há traumas que não esquecemos.
Durante as duas semanas que estive internada aquando do nascimento da minha filha colecionei dezenas de "cartões de visita" das parteiras...para o caso de "precisar de alguma coisinha" ...
Todas elas viviam "à grande e a francesa" à custa do aborto clandestino.
Por isso acabe-se a Farsa.
Felicito-o por esta exemplar iniciativa, caro Alexandre.
Cara Edelweiss,
Por essa ordem de ideias todas as mulheres que ainda não têm, não podem ter, não querem ter ou nunca tiveram filhos, não poderiam votar... ou votariam Não. E as mulheres católicas e conservadoras, que têm uma dúzia de filhos, seriam as primeiras a votar Sim... E todos sabemos que não é assim.
Eu não tenho filhos mas isso não me impede de compreender a imensa injustiça social que representa o actual estado de coisas.
Ainda bem que os homens votam, pelo que tenho visto até agora há mais homens pelo Sim do que mulheres.
Parece que há muitas mulheres que são incapazes de sentir empatia pelas outras mulheres.
Salvem-nos os homens!
Caro anónimo: bons argumentos, mas os homens que defendem o não continuam a irritar-me. Aproveito para dizer que nem sequer vou votar: nesse dia vou estar algures numa praia distante, com os pés de molho. Divirtam-se.
Cara Edelweiss:
O seu cinismo nas coisas realmente sérias e importantes do mundo é o traço da sua personalidade que me desagrada. É que eu não consigo mesmo "estar a cagar" para o sofrimento humano. Chame-me o que quiser.
Querido Louva-a-Deus, não é uma questão de não querer saber. Não querer saber é não ter opinião. Não posso mesmo ir votar, o que quer que eu faça? Que chore? Além disso, já tive oportunidade de lhe dizer que por mim nem referendo havia, só serve para as velhas irem todas votar não.
E só para não me andarem a chatear,tomem lá esta: fiz uma ecografia apenas com 6 semanas de gestação, e vi o coração do meu filho a bater. Não há dúvida, estava ali uma vida. Se quiserem, mando uma cópia pelo correio.
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