terça-feira, junho 27, 2006

Filosofia e Direita II

Estávamos nós a emborcar uns copos no bar da boazona (chamada ***, não posso divulgar o nome ou a mulher passa-se), aquela que tem um amante horrendo e escanzelado que, ainda para mais, a engana com uma jovem de vinte e muitos anos que parece ter dezasseis e ninguém lhe dá mais de dezoito (embora, devo confessar, o álcool não sofra depreciação por essa razão), quando Honório, a quem chamamos por diversão Honório Causa, se lembrou uma vez mais da velha questão da filosofia e da direita.
Disse ele lá na sua, com aquele ar que já lhe conhecem: é verdade que tentaste responder aquela pergunta que te tinha posto, mas, parece-me e olhou para os restantes interlocutores, que não explicaste bem a razão da direita não ter ideologia, porque pode haver uma ideologia diferente, em contraste e por conseguinte…
A pergunta pareceu-me pertinente e desta vez não houve moratória nem afirmei: ainda bem que me pões essa interrogação e entabulei o seguinte aranzel:
Uma das questões que nos vem à mente a propósito das designações políticas é a sua origem. Os termos direita e esquerda provêm, como quase toda a gente sabe, das alas do parlamento após a revolução francesa. Porém, no nosso país só se pode falar de direita e esquerda, com absoluta propriedade, após a Revolução de 1820.
Foi após este período conturbado que se forma um partido de direita denominado legitimista, encastelado à volta de D. Miguel e de sua mãe, Carlota Joaquina, que para muitos era a verdadeira eminência parda do movimento e, de seguida, ganha asas (ou bebe Redbull, como hoje se diz). É este mesmo partido que concorre a eleições e chega mesmo a eleger deputados.
No entanto, o que verdadeiramente nos interessa é como se forma a ideologia deste movimento. Privilegiando o tradicionalismo como verdadeira raiz do exercício social é a volta dos usos e costumes, isto é, das tradições (aquelas que faziam discursar Calisto Elói como um alcaide do Séc. XV e lhe levaram a propor que ”se restaurassem as leis do foral dado a Miranda pelo monarca fundador”, em pleno Séc. XIX), que o ideário se vai formando até cristalizar no Integralismo Lusitano, isto já nos anos da República.
Ora bem, fundando na tradição, o seu cariz pragmático é a sua característica mais óbvia e a história o campo onde se degladia combatendo a tradição liberal. Não é por outra razão que Sardinha e seus pares querem “refazer a história”, tentando ao mesmo tempo “refazer a política”.
Esta tentativa de “refazer a política” passa, precisamente, pela recusa de toda a ideologia, manifestação que era conotada com a ala esquerdista, os “filhos de Rousseau” e de outros que não vem ao caso nomear.
Deste modo, pela recusa se forma o domínio da direita, veja-se, por exemplo, a quantidade de antis que aparecem nos números da Nação Portuguesa, o verdadeiro órgão do Integralismo Lusitano.
Isto já para não falar do termo reacção ou reaccionário.

segunda-feira, junho 26, 2006

O Simplex não vai à escola


Nesta fase do ano lectivo em que se avaliam os alunos, é possível constatar que o processo burocrático não se aligeirou nas escolas dos ensinos básico e secundário. Pelo contrário. Os professores têm de preencher mais papelada inútil: relatórios para nada, planos individuais estéreis, formulários inconsequentes. Esta multiplicação da burocracia escolar é bem uma imagem das medidas do actual Ministério da Educação. Elas dão trabalho mas não revertem na melhoria da Educação em Portugal. A Ministra quer fazer-nos crer que a melhoria do aproveitamento dos alunos passa centralmente por obrigar os professores a redigirem planos de recuperação para os discentes. Não sei se isto é ignorância, se é disparate ou se é má fé. (Será uma mistura das três.) Sei que medidas há que melhorariam os resultados dos alunos mas que o Governo pseudo-economicista não quer tomar: contratar psicólogos para as escolas, fazer turmas com menos alunos e dar oportunidades às populações desfavorecidas estão entre essas medidas, que o Governo não adopta.
Entretanto, encena-se o acto de ilusionismo que consiste em aumentar a papelada e dar mais trabalho aos professores como forma de fazer crer que é o caminho para o sucesso educativo do país.

domingo, junho 25, 2006

The world of nonsense


Aqui vai um poema nonsense (anónimo), muito do meu agrado, todo ele assente em oxímoros. Não necessito de o traduzir.

One fine day in the middle of the night.
Two men got up to fight
Back to back the faced each other
Drew their swords and shot each other
A paralysed donkey passing by
Kicked a blind man in the eye
Knocked him through a rubber wall
Into a dry dish and drowned them all.

sábado, junho 24, 2006

Tudo em polvorosa

Uma pergunta me tem inquietado estes últimos dias: porque será que todos os países lusófonos atravessam convulsões graves algum tempo após a sua independência? Será uma característica idiossincrásica lusa esta fatalidade de irmos semear violência pelas cinco partes do mundo ou haverá uma resposta plausível para este fenómeno.
Se bem se lembram foi o caso de Angola. Inventou-se a desculpa do petróleo e dos diamantes e dos grandes interesses económicos e políticos (era ainda a guerra fria). Moçambique passou por convulsões mais ou menos idênticas e era a guerra fria e eram os partidos e as lutas tribais, já não tenho memória que chegue para recordar outras causas.
Uns anos depois foi o caso da Guiné e aí ninguém se deu ao trabalho de inventar desculpas a não ser que o homem era licenciado em filosofia e, por essa razão, quase encartado de louco.
É agora o caso de Timor. Eu sei que o petróleo há-de vir à baila e a permanência indonésia, a Austrália e os seus sonhos de potência regional e mil outras desculpas que nos aliviem a consciência e nos façam sentir bem em relação aos outros.
Já estou a ouvir alguém dizer que a França teve a Argélia, o Vietname, os EUA a Coreia e o Vietname, a Inglaterra… mas chega porque isto não é mais do que outra forma de aplacar o remorso.
Se virmos bem só S. Tomé e Príncipe escapou a esta onda de impetuosidade se tivermos em conta a forte ligação que existia entre a Guiné e Cabo Verde.
Será uma característica nossa, endémica, de deixarmos tudo em polvorosa?

sexta-feira, junho 23, 2006

Plunging into the 80s

Como não me está a apetecer trabalhar, ando aqui há uma hora a rever vídeos de algumas das minhas bandas dilectas dos anos 80: Bauhaus, This Mortal Coil, Joy Division, Echo, entre outras de que os adolescentes na altura gostavam. Reconheço que, mesmo assim, estas eram as bandas mainstream. Havia outros grupos e outros projectos de vanguarda, como a gente lhes chamava (o Sérgio chamava-lhes "música da frente"), que eram bem mais ousados, experimentais e inovadores.
Ok, vou voltar à escrita do meu texto sobre Educação para a Cidadania... (apreciaram o contraste?)

Índices de cidadania política em Timor



O Presidente Xanana tem a simpatia de um elevado número de timorenses (a avaliar pelas manifestações de apoio) e de todos os media portugueses - o que ainda parece ser mais importante (é que, no nosso neocolonialismo primário, julgamos que ainda temos uma palavra a dizer sobre o destino do "mais novo país do mundo"). Não me alongo em insinuações e ironias. Desafio apenas o leitor a uma reflexão. Será poliíticamente aceitável que uma carta importantíssima entre o Presidente e o Primeiro Ministro chegue no dia seguinte à comunicação social? O maquiavelismo mina a política de todas as nações.
(O conteúdo da carta está mais legível neste site.)
Uma farpa para finalizar: já notaram as deficiências estilísticas da escrita de Xanana? E o desajustamento entre o assunto e o objectivo da missiva? Cá me cheira que o rapaz tinha nota negativa a Português. Mas não será este problema linguístico uma consequência das dádivas neocoloniais? (Porque tem de ser o português a língua oficial de Timor?)

Grécia 1 x Alemanha 0... em filosofia

E se o Mundial de Futebol fosse assim? Com Nietzsche, Leibniz, Kant e Wittgenstein a jogar pela Alemanha e Aristóteles, Platão, Sócrates e Epicuro pela Grécia. Diógenes não aparece no plantel; deve ter ficado no banco. Trata-se do maior jogo de futebol da filosofia ocidental, trazido à cena pelos Monty Python. O imparcial árbitro é Confúcio. Ver o jogo aqui. Se o Mundial de Futebol fosse assim (i.e., um manual de filosofia), não tínhamos de o chupar 24 horas por dia, porque seria o mais impopular desporto do mundo.

Teste ideológico


O teste que aqui apresento, e que o leitor pode e deve fazer, popularizou-se há uns meses na blogosfera nacional. A metodologia é conhecida: depois de respondermos a 16 perguntas, ficamos a compreender como nos posicionamos ideologicamente no mundo... se dúvidas houvesse.
A imagem apresenta o resultado do meu teste. Aqui vão os detalhes sobre as minhas convicções (estou preocupado!):
Matches
The following items best match your score:
System:
Socialism
Variation:
Extreme Socialism
Ideologies:
International Socialism, Activism
US Parties: No match.
Presidents:
Jimmy Carter (74.14%)
Não sei se os restantes diogénicos pretendem apresentar o resultado da sua avaliação. Seria interessante.
Para quem não encontrou nesta mensagem a e-morada do site, deixo-a aqui: http://www.moral-politics.com/xPolitics.aspx?menu=Home&action=Test&choice=Long

quinta-feira, junho 22, 2006

O paradoxo da cultura

As estruturas dominantes e conservadoras de uma sociedade interessam-se pela cultura apenas como forma de auto-promoção social e de consolidação institucional de uma tradição. (É inevitavelmente um abordagem que esvazia a dimensão humana e problematizadora que a cultura encerra.) Por outro lado, as forças dominantes actuam de forma a negar ao indivíduo (sobretudo no seu papel de trabalhador e de cidadão) a possibilidade de se realizar humanamente pela cultura e a paralizar o seu processo criativo.

As maravilhosas soluções da 'Sinhora Menistra'

A Ministra da Educação encontrou hoje a panaceia para o problema da contratação de professores para "escolas problemáticas": a contratação directa! Uma breve entrevista será suficiente para decidir qual o melhor candidato para o lugar - as demais qualificações contarão muito pouco.
Problemas que se colocam a esta medida: que critérios utilizará a Ministra para definir o que são "escolas problemáticas"? Sendo a Ministra uma socióloga, não compreende as consequências sociais de estigmatizar uma instituição de ensino com o rótulo de "escola problemática"? Passará a haver escolas de primeira e de segunda? Que pais vão querer pôr os filhos em "escolas problemáticas"? (Tais escolas torna-se-ão cada vez mais guetos educativos.) Na ideia da contratação directa, não percebe a Ministra que irá promover a cunha e o nepotismo? (Isto quando já se fala hoje em "horários de gaveta" nas escolas; e quando o nepotismo e a cunha são duas das instituições mais sintomáticas do nosso atraso civilizacional.) Não serão os melhores e os mais aptos a leccionar nessas escolas, mas sim os "amiguinhos".
A Ministra diz que esta forma de contratação é absurda e irracional. Ora, Portugal já viu que a nomeação da Ministra foi absolutamente absurda e irracional: trata-se de alguém de quem não se conhecia pensamento sobre educação e que nada sabe da realidade escolar nem da gestão de uma escola.

quarta-feira, junho 21, 2006

Diógenes de Sínope

Diógenes de Sínope nasceu na citada cidade, em 404 A.C., que, para os mais distraídos da ciência geográfica, se situa no que é hoje a actual Turquia.
Ter-se-á deslocado para Atenas onde se tornou discípulo de Antístenes, de quem já demos notícia, o fundador da Escola Cínica. Esta vertente filosófica, que se englobava nas chamadas Escolas Socráticas Menores, tinha como preocupação dominante o domínio moral, o que constituía uma vertente maior da doutrina socrática.
O lado anedótico da existência de Diógenes, considerado o mais famoso filósofo da Escola Cínica, guardou algumas histórias que se tornaram famosas: a acusação de contrafactor numismático, o domiciliar-se numa barrica ou barril, o percorrer as ruas de Atenas com uma lanterna esquadrinhando um homem virtuoso, o pedir a Alexandre (não é o da Barrica, é o outro o máximo) que lhe não tirasse o que lhe não podia dar, para os mais desatentos tratava-se do Sol, e o julgamento de Platão que o considerava um socrático estouvado porque, geralmente, se opunha às convenções estabelecidas.
Morreu em 323 A.C.
Da imagem não posso deixar de assinalar a presença da barrica, da lanterna, a farpela descuidada e ascética, a nitidez do cá e o enublado do lá e o olhar inteligente dos cães a fazer relembrar a etimologia da escola ou outra coisa que não vou dizer para não ser processado.
O quadro parece que é dum francês e se pesquisarem nos arquivos encontram um post do Alexandre (este sim, o da Barrica) onde está devidamente identificado.
PS Faço aqui mais uma concessão às imagens porque o representado na imagem tanto pode ser Diógenes como o Zé da Esquina, de Atenas entenda-se.

É quando o telefone toca? (Versão poesia barroca espanhola)


Aqui está um antepassado do programa radiofónico, com grande sucesso nos anos 80, "É quando o telefone toca?" Neste caso, uma senhora insistente pediu a Lope de Vega para compor um soneto que falasse dela. Eis o que deu:
Un soneto me manda hacer Violante,
que en mi vida me he visto en tal aprieto;
catorce versos dicen que es soneto:
burla burlando van los tres delante.

Yo pensé que no hallara consonante
y estoy a la mitad de otro cuarteto;
mas si me veo en el primer terceto
no hay cosa en los cuartetos que me espante.

Por el primer terceto voy entrando
y parece que entré con pie derecho,
pues fin con este verso le voy dando.

Ya estoy en el segundo, y aun sospecho
que voy los trece versos acabando;
contad si son catorce, y está hecho
.

Lope de Vega

terça-feira, junho 20, 2006

O Dia Mundial dos Refugiados (20.Jun.06)

Porque estes 'jogos com fronteiras' se tornaram demasiado desumanos, é necessário que a Humanidade seja mais importante de que os Estados. Se há empresas multinacionais e transnacionais, não deviam também o dinheiro e a justiça social ser multi- e transnacionais?
"No, woman, no cry;
No, woman, no cry.
'Cause - 'cause - 'cause I remember when a we used to sit
In a government yard in Trenchtown,
Oba - obaserving the 'ypocrites - yeah! -
Mingle with the good people we meet, yeah!
Good friends we have, oh, good friends we have lost
Along the way, yeah!
In this great future, you can't forget your past;
So dry your tears, I seh. Yeah!"
Com um abraço à minha amiga Rita Pimenta da ONG AGIR XXI.
Pela causa...

'A Letra L'


Vi ontem o primeiro episódio de A letra 'L' (The L word), a série do canal 2 sobre o quotidiano e os problemas de um grupo de amigas lésbicas. Quis ver o episódio não enquanto macho que se excita quando ouve falar em lésbicas, mas como estudioso das questões de cidadania e de identidade - esta desculpa serve-me sempre... até para ver pornografia. Desse ponto de vista (do ponto de vista dos problemas sociais dos homossexuais, não da pornografia), A Letra 'L' é, para mim, uma desilusão. (Também é verdade que o programa não tinha de ser feito para me agradar.)
É indiscutível que a série tem a sua piada. Fico contente sempre que vejo que as comédias americanas não cultivam todas um humor básico e mentecapto; aqui ele é subtil, espontâneo e, em certos casos, inteligente. Deixo, contudo, uma pergunta: não ficaram com a ideia de que a Letra 'L' repete a fórmula de O Sexo e a Cidade... mas com lésbicas? O tipo de humor, as situações (encontros de gajas em cafés, festas, sessões com o psicólogo), o tipo de problemas das personagens, a técnica narrativa das 'vidas paralelas' (etc.) cheiram a déjà vu.
Gostei do título do livro que uma das personagens está a escrever: Assim Falava Sarah Schusser (?). Quase nenhuma personagem percebe a alusão.

Como Cavaco vê o país

segunda-feira, junho 19, 2006

Sobre a Catalunha, que ontem foi a referendo

Após a pouco expressiva vitória do catalanismo no referendo da Catalunha (menos de 50% da população votou), ocorre-me uma piada (seca) que me contaram sobre o espírito megalómano dos catalães:
"Pede um catalão a um vendedor de jornais, revistas e recuerdos de um quiosque das Ramblas:
- Queria um mapa mundi de Barcelona, se faz favor."

Diz-vos quem viveu nove meses na cidade que o catalanismo vivido in loco é insuportável e altamente segregador.

Saudades da revolução

Inspirado pelo post anterior e pelo comentário que aí afixei, lembrei-me de reproduzir um diálogo ocorrido numa empresa com sede na capital entre um amigo meu e um funcionário saudoso do acto revolucionário:
- Sabe, eu tenho uma metralhadora enterrada no quintal desde os tempos do PREC...
- Ah, sim?
- [após uma pausa de dois segundos, indignado] ... O Otelo não dá a ordem!

A vida é curiosa ou será que ainda há assalariados

A vida é curiosa!
Debaixo destas três palavrinhas encerra-se um conjunto de imagens que cada indivíduo, idiossincrasicamente, pode aplicar a si próprio visto que todos nós, num momento ou noutro da nossa existência, já proferimos a citada expressão.
Do ponto de vista filosófico ela é um manancial de significações que daria, se bem aproveitadinha, uma entrada de dicionário.
Mas serve a presente expressão para denunciar o meu assombro quando, esta semana que passou estando eu a espera de deglutir qualquer coisa à hora do meio-dia, a citada empregada de mesa me veio dizer que tinha ido, espicaçada pela curiosidade, ver quem era afinal esse Marx de quem eu lhe tinha falado.
Depois de trocarmos algumas informações em que me revelou que tinha feito a pesquisa na Internet, aproveitando eu para lhe dizer que nem todas essas notícias eram fidedignas e que a Biblioteca Municipal tinha uma boa amostra das obras do filósofo alemão, atestou-me que algumas das coisas que ele dizia ainda eram muito actuais.
No entremeio, estávamos nós a ponto de nos entranhar na questão das mais-valias quando entrou o patrão e por respeito à entidade patronal calou-se, não sem antes me dizer que gostava de continuar esta conversa em ocasião oportuna.

sábado, junho 17, 2006

Esta gente não pára

Conforme aquilo que se lê hoje no Público Bill Gates deixa a Microsoft e é contratado por uma empresa concorrente de nome um pouco enigmático: Filantropia.
Fontes próximas do citado não adiantaram pormenores, mas a Barrica soube, de manancial seguro, que o negócio envolveu alguns milhões de dólares (alguns um pouco menos se for em euros).
De facto, soube-se que desde há muitos meses as negociações se desenrolavam entre os dois gigantes da informática e a contratação, que não envolveu acções físicas, deu-se de forma relâmpago.
Filantropia vai agora desenvolver a nova versão do Windows que, soubemos, ainda não tem um nome definitivo mas se chamará ft ou fp ou qualquer outra sigla criptográfica.
Não podendo revelar mais detalhes sobre este negócio, que aproveitou a onda futeboleira para se desenrolar em sigilo, solicitamos os nossos leitores mais curiosos a contactar-nos através do nosso e-mail.

sexta-feira, junho 16, 2006

Por amor à camisola

Serve a presente para saudar o novo colaborador da Barrica.
Certamente que os frequentadores deste espaço vão apreciar a escrita e o humor desta recente aquisição que, diga-se de raspão, tinha propostas milionárias de outras entidades mas, não sabemos bem porquê, decidiu dar-nos a sua preferência mesmo sabendo que os ordenados são baixos e os despedimentos sem justa causa.
É hoje raro momentos como este.
Seja Bem-vindo Tiberíades!

György Ligeti (1923-2006)

Recebo com atraso a notícia da morte do compositor György Ligeti. Morreu dia 12 deste mês. Ligeti ficou famoso pelas suas composições para os filmes de Kubrik. Mas as peças de que mais gosto são outras. Esta noite vou ouvir a sua ópera Le Grand Macabre, que, mesmo assim, não está entre as suas obras que mais me arrebatam. A sonoridade desta ópera é "ligeticamente" desconcertante e provocatoriamente anti-melódica. (Não tenho conhecimentos musicais para a definir melhor.) O enredo é uma excelente alegoria sobre o poder.

Novo membro do Tonel

O Tonel de Diógenes conta a partir de hoje com um novo membro: Tiberíades Rambam. Apresentá-lo-ei muito em breve.

quarta-feira, junho 14, 2006

Antístenes (444-371 a.C.) - Fundador da escola cínica

Para variar aqui vão quatro frases, traduzidas do castelhano, de Antístenes, o cão:

- Deve-se converter a alma numa fortaleza inexpugnável.

- Os corvos devoram os mortos e os bajuladores os vivos.

- As paixões têm causas e não princípios.

- Avalia o olho do teu inimigo, pois é o primeiro que vê os teus defeitos.

Sobre a greve dos professores

Serei breve num assunto em que havia muitíssimo para dizer. Não podia estar mais de acordo com uma greve de professores. Muitos são os atentados que este governo tem cometido contra a Educação em Portugal. Não exagero nas minhas palavras; não exagero mesmo.
A Ministra da Educação está a descredibilizar de forma perniciosa (perniciosa para a Educação em Portugal, para as novas gerações e para todo o país) o trabalho dos professores. Sendo a Ministra uma socióloga, esta irresponsabilidade governativa torna-se ainda mais grave! Ela tem de perceber que o seu ataque aos professores (pois de um ataque se trata) contribui para minar a ideia de educação em Portugal. Mais ainda, como escrevi nm post anterior, este ataque é feito com motivações eleitoralistas e demagógicas.
A greve é um apelo por melhores condições de ensino. Como é possível ser professor com tamanha carga horária. Perante este facto, os docentes terão menos tempo para a preparação de aulas, para a correcção de trabalhos e para a sua formação. Por outro lado, as reformas que vemos estão a revelar-se prejudiciais para os alunos: carga horária excessiva, programas que desvalorizam a ideia de saber, etc.
Por fim, há que o reconhecer, é também uma greve pelos direitos dos professores. Como as restantes classes, também esta tem direito de defender os seus interesses e de não aceitar injustiças. Os interesses que aqui estão em causa não colidem com a ideia de melhor educação. Os professores defendem-se apenas de medidas economicistas e profissionalmente castradoras. Centralmente, refiro-me ao estatuto da carreira docente (mas não só).

Representações de Diógenes



O nosso patrono, Diógenes de Sínope, é um dos filósofos retratados na pintura mural A Escola de Atenas, de Raphael. (Sim, aquele que deu nome a uma das Tartarugas Ninja). Lá está o nosso despojado amigo sentado nos degraus.
O observador atento terá percebido que a imagem de cima é um pormenor do mural de Raphael, representado por baixo. Se quiserem, podem jogar ao "Onde está o Wally?"... quero dizer: Onde está o Diógenes?

terça-feira, junho 13, 2006

On ne badine pas avec l'amour




Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

(Fotogramas de Je t'aime, moi non plus, de Serge Gainsbourg. Ela é Jane Birkin, claro! Se tenho afixado esta fotografia promocional do filme, o blogmeter tinha disparado. Mas o Tonel não se vende ao sucesso barato... não?)

segunda-feira, junho 12, 2006

Da iconoclastia e outras manias


Alguns dos meus leitores mais atentos já devem ter notado que em toda a minha participação na blogoesfera nunca os meus textos eram acompanhados de imagens.
Este fenómeno devia-se em grande medida a dois factos: o primeiro, porque sou da opinião que uma palavra vale mil imagens e, por essa razão, sou alérgico aos ícones; seguidamente, porque era totalmente inepto para utilizar essa tecnologia blogoesférica.
Serve este aranzel para publicitar a minha primeira imagem na Barrica, o Alexandre, certamente, me vai desculpar esta embirração.
Não explico absolutamente nada acerca da imagem por simples pirraça.

Sofás, motivações e pêssegos




Gamei estas imagens aos blogger art&tal. deus o perdoe.

Que perguntas fariam a uma mulher divinal que se deitasse num destes sofás freudianos? (Como este blogue não é sexista, inquiro também: que perguntas fariam a um adónis que se recostasse num destes sofás?) Aceitam-se propostas na caixa de comentários.

Pope, coleiras e servilismo

Eis um dístico escrito por Alexander Pope e que, supostamente, estava registada na coleira de um cão:

I am His Highness’ Dog at Kew;
Pray tell me Sir, whose Dog are you?

Os cães mudam; o servilismo é eterno.
(Parece, no entanto, que o verdadeiro cavalheiro espanhol não pratica o servilismo.)

sábado, junho 10, 2006

O grande capital não tem pátria

Depois de a PT ter usado o hino nacional num seu anúncio televisivo, eis que são o Expresso e o Banco Espírito Santo a tirar partido ´de um símbolo nacional para fazer publicidade. Refiro-me ao facto de a bandeira portuguesa que é oferecida na edição de ontem do Expresso ter inscritos, no canto inferior esquerdo, os nomes do semanário e do BES.
O meu sentimento pátrio não fica horrorizado ao ver a bandeira "profanada" e convertida em veículo publicitário; mas isso é apenas porque, pessoalmente, os símbolos pátrios não me dizerem assim tanto. (Tenho orgulho em ser português, mas antes sou cidadão da humanidade; no conflito entre o Estado e a humanidade - em matérias de imigração, discriminação, desigualdade - defendo a segunda.) Ainda assim, não aprovo esta apropriação de um emblema tão importante para a comunidade de que faço parte.
Desagradam-me muito as contradições oportunistas das empresas e do capitalismo. Fazendo os grandes empresários parte da classe hegemónica que domina os sistemas económico e o social e que se diz defensora da tradição, dos valores "mais altos" e da ideia de Portugal, acabam por denunciar a forma como realmente vêem a pátria nestes momentos. Pátria e nação são ideias mercantilizáveis, comercializáveis como qualquer outro produto. Os valores nacionais que propalam acabam por se prostituir à lei do mercado.

Epitáfios: John Dryden


Quando a sua mulher ainda estava viva, o poeta e dramaturgo inglês John Dryden (1631-1700) compôs e antecipou o seguinte epitáfio para a futura campa da companheira:
Here lies my wife:here let her lie!
Now she's at rest, and so am I.
(Vou traduzi-lo livremente:
Aqui jaz a minha mulher; ela que descanse bem!
Agora já está em paz... e eu também!)

quinta-feira, junho 08, 2006

'Diógenes', de Waterhouse


Na falta de tempo (mas não de assunto) para blogar (tenho de acabar um artigo que vai mudar a minha carreira académica... NOT!), deixo este quadro do pré-rafaelita Waterhouse onde se retrata o patrono deste blogue. Salta à vista do observador mais desatento que o essencial desta pintura reside nas tensões que nela emergem: juventude/velhice, alegria/sisudez, mundaneidade/reclusão, masculinidade/feminilidade, dinamismo/estatismo, vida/morte (olhai as florzinhas!), luz/zombra, sexualidade/abstinência, etc. O gajo nem liga às apetecíveis jovenzinhas de Waterhouse (e as senhoras dos quadros de Waterhouse são-no sempre, oh se são!). As tensões sublinham, cá está, as opções de vida espartana e de recusa do filósofo.
(J. W. Waterhouse, Diógenes, 1882, óleo sobre tela, 208x135 cm, Art Gallery of New South Wales, Sydney, Austrália)

quarta-feira, junho 07, 2006

Da natureza dos poetas


Conta-se que, ao saber que Matthew Prior (diplomata e poeta) afirmara que os poetas eram todos uns lorpas, uns patetas lunáticos (a palavra inglesa usada, que estou a ter dificuldade de traduzir, foi "fool"), o poeta Alexander Pope (1688-1744) respondeu:

Sir, I admit your gen'ral rule
That every poet is a fool;
But you yourself may serve to show it,
That every fool is not a poet.

Vai buscar!

terça-feira, junho 06, 2006

Já não há assalariados?

Tendo-me deslocado a uma casa de repasto onde, com alguma frequência, apaziguo a fome à hora do dia e aproveitando, como sempre, aquele intervalo entre a demanda e a vinda dos morfes para ler algumas páginas daquilo que me ocupa, fiquei surpreendido porque a empregada, ao fim dum número razoável de vezes de me ver a consagrar aquele tempo a ler, me questionou, de forma simpática e ao fim de alguma conversa de circunstância, sobre o tema da obra que estava debruçada na mesa.
Tomei fôlego e respondi-lhe, partindo do princípio de que ela nunca teria ouvido falar de Proudhon, que lia um livro sobre Marx (ainda estive para acrescentar tendência Groucho, mas contive-me) e perante o seu espanto acrescentei aquele dos comunistas, da URSS, etc.
Ela, é verdade, abriu uma cara de compreensão mas eu, na minha perspicácia (passo o elogio), percebi que o nome nada lhe dizia e, felizmente, fui salvo pelo gongo, que é o mesmo que dizer pela comida.
No momento em que paguei a conta, sabendo que o patrão estava ali a dois passos, ainda estive tentado a explicar-lhe em que é que consistiam as mais valias.

6.6.06


Acabo de reparar que hoje é o dia 6 de Junho de 06. É então hoje o dia da vinda daquele senhor... do 666. Tanto se me dá que ele venha. Não vai conseguir fazer mais dano na minha vida do que a Ministra da Educação está a fazer.

(A imagem é um pormenor do fresco da Catedral de Orvieto, da autoria de Luca Signorelli; a figura dos cornitos é o nosso amigo 666.)

segunda-feira, junho 05, 2006

Do gosto literário: o drama em verso de T.S. Eliot


Certo professor universitário de literatura (não, não o vou identificar) disse numa aula que o drama em verso de T.S. Eliot ficava muito aquém da qualidade da sua poesia; melhor teria ele feito em não ter escrito peças como The Cocktail Party, The Family Reunion ou Murder in the Cathedral. Como tenho em grande conta a opinião informada e o gosto literário do dito professor, nunca fui ler as ditas peças.
Ontem, estava eu mergulhar nas páginas de um livro de teoria do drama qundo me deparei com estes versos de Murder in the Cathedral (Assassínio na Catedral), peça que versa a "morte em martírio" de São Tomás Becket:

Since golden October declined into sombre November
And the apples were gathered and stored, and the land became brown
sharp points of death in a waste of water and mud,
The New Year waits, breathes, waits, whispers in darkness.

Fiquei fascinado com estas linhas. Talvez o meu gosto literário ande a resvalar para o pimba, não sei. Decidi, claro está, embarcar na leitura da peça. Avaliá-la-ei no fim.

domingo, junho 04, 2006

Coisas

Vasco Pulido Valente voltou ontem, sábado 3 de Junho, a escavacar o Plano Nacional de Leitura encontrando-lhe inúmeros defeitos.
Confesso que, normalmente, até gosto daquilo que VPV escreve, porque além de ter uma escrita agradável afirma determinadas teses que, de uma forma ou outra, encontram, por vezes, a minha empatia. Além disso, a sua produção científica, duma forma geral, recolhe o meu agrado.
Porém, no caso do PNL acho que v. exa. está a exagerar zurzindo a torto e direito. Diga-me lá, a despeito dos erros de sintaxe, não é melhor ter um PNL do que não ter coisa nenhuma? E se o PNL tem defeitos (dos quais os de sintaxe, nos quais esfacela tanto, são os mais fáceis de emendar) porque não reformá-lo e aperfeiçoá-lo em vez do esfrangalhar sem dó nem piedade?
Afirma, ainda, que os jovens são demasiado passivos, devido aos computadores, playstations, etc. (o que não podemos duvidar) e para ler é necessária actividade, dos comentários que faz após abstenho-me de me pronunciar. Perguntamos nós (tenho de me deixar deste plural majestático mas não resisto ao mito da autoridade do nós): não poderia o plano ser o catalisador dessa energia? E se, por acaso, não é, não se poderia arranjar maneira de vir a ser?
Tudo isto faz com que me pareça que o caríssimo tem alguma embirração primária contra o PNL e não foi por não ter sido convidado a fazer parte da Comissão, ou raio lá como se chama isso para que foi convidado e recusou publicamente nas páginas do jornal.
Tal prática, convenhamos, não é muito cortês, para me suster nos limites aceitáveis de linguagem.

Neocolonialismo inconsciente e provinciano (perdoem-me o pleonasmo!)


Ouço hoje na TSF que "milhares de timorenses" receberam em festa a chegada dos GNR. A notícia é dada por um jornalista ensopado em orgulho pátrio. Ontem, na RTP, um oficial da instituição antecipava que os militares da GNR iriam ter uma recepção efusiva na sua chegada a Timor.
Espero, genuinamente, que os operacionais portugueses venham a desempenhar um papel útil e que contribuam para trazer a paz e a ordem ao território. No entanto, tenho de denunciar a atitude neocolonialista primária que ainda faz escola nos media nacionais e que continua a reproduzir-se na sociedade portuguesa. Gostamos de ver as nossas ex-colónias a precisar de nós e a agradecer-nos encarecidamente pela nossa ajuda. É uma forma de acharmos que o colonialismo fez sentido e de sonharmos que ainda (?) somos queridos nessas paragens. Nesta linha de raciocínio, lá nos enchemos de orgulho quando a língua portuguesa foi consagrada como uma das línguas oficiais de Timor; lá nos ufanamos quando ouvimos que os timorenses se mantiveram fiéis ao Catolicismo. Que alarvidade é não perceber que os novos Estados, que emergiram da descolonização, estão vocacionados para seguir o seu caminho autónomo. E o que mais custa é constatar que este neocolonialismo é produto da miopia mental e advém da falta de consciência (auto)crítica da maioria. Será que a herança do salazarismo se está mesmo a entranhar no código genético nacional?
Neste sentimento patriótico dominante, sonhamos que ainda podemos ter uma função messiânica no mundo, mas em miniatura, claro. Sonhamos também que somos a nação que sabe fazer a ponte entre povos e culturas. (É significativo que a queiramos fazer lá fora, mas não cá dentro!) Assim nos iludimos e nos enganamos.
(Quadro: Rubens, Entrada triunfal de Henry IV em Paris.)

sábado, junho 03, 2006

Sobre a representatividade (ou, porque gostam os partidos mais dos boys do que das girls e do que dos outros todos)


Parto do que é dito por Xor Z no post anterior e do veto presidencial para apontar, muito brevemente, o problema e a falácia da representatividade política, tal como ela é perspectivada na nossa democracia.
Tomemos o caso mais significativo: a composição da Assembleia da República (AR). A representatividade da AR é, teoricamente, geográfica - e não contesto que os diferentes distritos devam estar representados no Parlamento. Opta-se pelo critério geográfico, por ser mais fiável e aparentemente "mais justo". Prescinde-se de outro tipo de representatividade, que seleccionasse (também!) membros dos diferentes etnias, géneros, orientações sexuais e de outras categorias e identidades. Claro que este critério é mais escorregadio e mais falível. Mas aquele que temos não permite que os diferentes grupos sociais tenham voz (no Parlamento e noutros fóruns). Será possível que, por exemplo, não haja nenhum africano na AR a representar os interesses dos cidadãos da sua etnia, que é tão numerosa e que tanto necessita de ser defendida? (O africano do PP não conta porque não está lá para isso.)
Daí que as quotas apenas para as mulheres me pareçam falaciosas. A bem de uma renovação política e de uma verdadeira representatividade, teriam de ser os partidos a querer incluir nos seus grupos parlamentares, por iniciativa própria, membros dos diferentes grupos sociais. Mas só quem pode exigir isso aos partidos é a pressão da opinião pública e dos votos. E a classe média, infuente e hegemónica, não está para aí virada.

Combater causas

Cavaco Silva vetou a lei da paridade. O facto não me entristece sobremaneira porque sempre pensei que o sistema de quotas se adequasse a casos de exclusão social e, por conseguinte, se tentasse remediar determinadas malformações na sociedade. Deste modo, concedo que haja regime de quotas para deficientes, por exemplo, porque estes estão excluídos do tecido social ou, ainda, para outros casos similares.
Aliás, uma das razões, a única diga-se de passagem que me convence, para o veto prende-se mesmo com a ideia que o sistema de quotas coloca o sexo feminino numa posição de menoridade.
Todos nós sabemos que em Portugal, em 32 anos de democracia, apenas tivemos uma primeiro-ministro (Maria de Lurdes Pintassilgo) e que os sistemas reprodutivos do poder privilegiam o sexo masculino. Tudo isto é verdade e é isto que se deve tentar alterar.
Por esse motivo, e esta razão parece calar fundo, em vez de se minorar os efeitos, como a lei da paridade fazia, o fundamental é combater-lhe as causas embora, já estou a ouvir alguém a dizer, esse processo de mudança de mentalidades, como todos os processos de mutação de mentalidades, prometa ser longo e a lei da paridade seria uma medida curativa provisória. Talvez sim, concedo, mas sempre com carácter transitório, o que não me parecia ser o espírito da lei.
O estudo destas causas teria que ser propedêutico a qualquer medida que se viesse a desenvolver e seria, na minha opinião, a única forma de obviar à questão.

sexta-feira, junho 02, 2006

Comboios, linhas cruzadas e trilhos serpenteantes


Gamei ao Abrupto esta fotografia, que é da autoria de Carlos Monteiro. Conhecem alguma alegoria mais perfeita da pós-modernidade?

quinta-feira, junho 01, 2006

Amanhã vou acordar assim...



... depois de amanhã, logo se vê.

(O quadro é de Henry Fuseli e intitula-se Thor lutando com a serpente de Midgard. Agora vou dar uma de "novo rico": vi-o na Tate Gallery de Londres - há outras! - numa exposição de pintura influenciada pela literatura gótica.)